Abílio Azevedo.

O poder do hábito

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Abílio Azevedo
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O Poder do Hábito, escrito por Charles Duhigg, explora a ciência por trás dos hábitos e como eles se formam. O livro discute como os hábitos operam em nível individual, organizacional e social. Um dos insights principais é que os hábitos consistem em um "loop" com três partes: a deixa, a rotina e a recompensa.

poder do hábito rotinas

Duhigg explica como a Pepsodent criou o hábito do uso de pasta de dentes adicionando uma recompensa de frescor após o seu uso.

Ele também analisa o caso de Angie Bachmann que declarou falência e culpou os casinos por terem criado e alimentado um habito que ela considerava impossível de mudar:

  • Angie Bachmann era dona de casa, com marido trabalhador e três filhas que passavam o dia na escola ou com amigas. Se sentindo vazia, ela começou a jogar em um cassino. Ganhava e perdia. Ele identificou os gatilhos como ver um ponto de apostas ou ter dinheiro no bolso, mas não conseguiu resistir a eles e continuou apostando mesmo depois de ter perdido tudo. Sua compulsão em busca do prazer da aposta era mais forte que sua vontade consciente de mudar.

Além do caso de Brian Thomas que foi absolvido por terem considerado que ele não tinha domínio de suas ações.

  • Sonâmbulo desde a infância, Brian Thomas acordou em uma noite e viu um homem atacando sua mulher. Para defendê-la, lutou e apertou o pescoço do estranho, até ele ficar imóvel. Só aí, Thomas percebeu que não era um invasor que ele segurava, mas Christine, sua mulher. Quando a soltou, ela já estava morta. Desesperado, ele ligou para a polícia contando tudo.

Apesar de sua complexidade, todos os hábitos podem ser modificados. Pessoas com vícios severos conseguem se recuperar. Empresas disfuncionais podem se transformar.

O livro analisa exemplos de indivíduos que conseguiram mudar seus hábitos para melhorar suas vidas, bem como empresas e organizações que reestruturaram os hábitos de seus funcionários e clientes. Alguns exemplos:

  • Empresas disfuncionais que reformulam suas culturas e hábitos, como a Alcoa sob o comando de Paul O'Neill, que estabeleceu novos hábitos de segurança que eventualmente tornaram a empresa mais lucrativa porque forcaram nos hábitos de segurança que levaram em eficiência e por fim lucratividade.

  • Alcoólatras que conseguem parar de beber através de grupos de apoio como o AA (Alcoólicos Anônimos). Eles identificam os gatilhos que os levam a beber e criam novas rotinas e recompensas, como tomar suco em vez de álcool ou ligar para um colega de apoio.

  • Estudantes que abandonam a escola mas aprendem novos hábitos de estudo e conseguem terminar a educação, como o caso de Lisa Allen. Ela identificou que assistir TV era o gatilho para procrastinar, então removeu a TV do quarto e criou uma nova rotina de estudar no mesmo horário todos os dias.

  • Atletas ou artistas que superam bloqueios mentais ou criativos identificando os medos e ansiedades que os sabotavam. Ao isolarem esses gatilhos, puderam criar rotinas para acalmar a mente e alcançar um melhor desempenho.

  • Pessoas que eliminam maus hábitos alimentares ao substituir recompensas como o prazer momentâneo de comer doces por recompensas como satisfação com o corpo e saúde no longo prazo.

Para mudar um hábito, é preciso decidir conscientemente mudá-lo, identificar os gatilhos e recompensas que o impulsionam e encontrar alternativas.

A mudança leva tempo e esforço, mas qualquer hábito pode ser remodelado seguindo os passos: identificar a rotina, experimentar recompensas, isolar o gatilho e ter um plano.

No geral, O Poder do Hábito oferece insights valiosos sobre como entender e aproveitar o poder dos hábitos para efetuar mudanças positivas, tanto em nível pessoal quanto organizacional. Duhigg relata essas ideias de forma envolvente, utilizando histórias e exemplos para tornar o tópico mais acessível.

“Alguns pensadores”, escreveu Aristóteles na Ética a Nicômaco, “afirmam que é por natureza que as pessoas se tornam boas, outros que é por hábito, e outros que é por instrução”. Para Aristóteles, os hábitos eram soberanos. Os comportamentos que acontecem sem pensar são a evidência da nossa natureza mais verdadeira, ele disse. Portanto, “assim como um terreno precisa ser preparado de antemão, se deve nutrir a semente, também a mente do aluno tem que ser preparada em seus hábitos, a fim de gostar e desgostar das coisas certas”.

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