Abílio Azevedo.

O poder da china

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Abílio Azevedo
Abílio Azevedo

Tive o interesse em ler a obra de Ricardo Geromel para conhecer melhor a China, como amante de tecnologia e bons negócios pude mudar para melhor minha visão não só do gigante asiático como do mundo.

Geromel divide seu livro em 5 capítulos:

1 - As ferramentas básicas para decodificar a china

- Escala Para analisar a China é preciso entender o contexto do país, suas dimensões, população e história de governo.

- Velocidade Nas empresas de tecnologia na China, a norma é o 996: 9: 9 da manhã é quando as pessoas chegam nos escritórios.9: 9 da noite é quando as pessoas saem do trabalho. 6: 6 dias por semana trabalham nesse ritmo.

- Governo A teoria cunhada com maestria por Adam Smith serviu como pedra fundamental do desenvolvimento de economias de mercado livre ao redor do mundo. A China vai na contramão: por aqui amputaram a mão invisível. Pois a mão é muito visível, musculosa, vermelha, da cor do partido

2 - China, superpotência inovadora

- VC com características chinesas Na era do “winner takes all” (o vencedor leva tudo) e do capital abundante, a velocidade de crescimento é uma métrica fundamental na corrida para dominar mercados nacionais e internacionais. Ninguém sabe ao certo quanto a China investe ou separou para investir em empresas de alta tecnologia, mas o consenso é que o maior VC do mundo é o governo chinês. O governo entra como sócio minoritário, tentando ser dono de até 30% no máximo, e deixa nas mãos de empreendedores do setor privado o difícil desenvolvimento de áreas como inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IoT na sigla em inglês), entre outras.

- Hangzhou e a cidade dos sonhos dos empreendedores O governo decidiu que a China deve ser uma superpotência inovadora e investe em startups sem contrapartidas, querem é fomentar o mercado.

- Por que a China será líder em inteligência artificial? A tecnologia de IA é usada pelo governo para aplicar multas, identificar pessoas e infrações. Além de ajudar na automatização de trabalhos e personalização de produtos e serviços. A China está investindo pesado nessa área.

3 - China no mundo

- China versus Estados Unidos Entre 1981 e 2013, a china tirou mais de 850 milhões de pessoas da pobreza (...) há um consenso global entre economistas de que essa foi a maior conquista econômica de um país na história da humanidade. Nessa parte, Geromel traz uma análise de dados bem profunda entre os dois países.

- China no Brasil De acordo com o ministério de planejamento do brasil, entre 2012 e 2016, os chineses investiram mais que o dobro no brasil do que os norte-americanos. A China não tem investido só em commodities brasileiras mas também em outras áreas: Peixe Urbano, espécie de Groupon do Brasil, foi adquirido pela Baidu, líder em busca da China. Stone, fintech brasileira com capital aberto nos Estados Unidos, recebeu investimentos da Alibaba. Yellow, que lançou bicicletas compartilhadas no Brasil (copycat da pioneira OFO chinesa), levantou fundos do GGV,72 fundo global com grandes operações na China. Monashees, emblemático fundo de capital de risco (VC) brasileiro fundado pelos meus amigos, o palmeirense Eric Acher e o são-paulino Fabio Igel, levantou capital da CreditEase, conglomerado de fintech chinesa. Trocafone, especializada em compra e venda de smartphones, recebeu verdinhas da Aihuishou, chinesa revendedora e recicla- dora de produtos eletrônicos. 99 tornou-se o primeiro unicórnio brasileiro graças à aquisição da DiDi, que faz mais corridas na China que o Uber faz no mundo todo. Psafe, startup que desenvolve soluções de segurança, performance e privacidade, recebeu capital da Qihoo 360, empresa chinesa listada na bolsa de Nova York e muito conhecida pelo seu antivírus. Nubank, o banco digital brasileiro fundado por ex-sócio da Sequoia, levantou cerca de 180 milhões de dólares da Tencent.

- Chinalização da Africa A China decidiu bancar o desenvolvimento da infraestrutura na África, visto que o continente fornece muitas commodities. Além disso, o grupo chinês, Transsion, vende mais smartphones na África do que qualquer outro competidor de qualquer país.

- A nova rota da seda Rota prometida pelo governo chinês, com investimento de 1 trilhão de dólares no exterior para desenvolver o comércio terrestre (cinturão) e marítimas (rota) ao redor do mundo.

- Chuai: por que e como gigantes de tech da china atuam em mercados emergentes? Muitas startups no Ocidente seguem o mantra “Faça uma coisa e faça bem”. Pense no Google e na sua abordagem simplista no início. Fazemos uma coisa bem: busca. Do outro lado do mundo, empreendedores chineses bem-sucedidos tendem a construir polvos com muitos mais tentáculos desde os primórdios da empresa. Eles querem criar ecossistemas para tentar diminuir a competição e copia feroz dos concorrentes.

4 - Protagonistas da nova economia da china

- Alibaba e Jack Ma Homem mais rico da China e Geromel conta sua história de vida e superação. Alibaba remete a Ali Babá e os quarenta ladrões E Jack Ma queria ser “Abra-te, Sésamo, para pequenas e médias empresas”.

- O planeta Alibaba A Alibaba mira construir a infraestrutura do comércio do futuro e tem como missão: “Facilitar fazer negócios em qualquer lugar”. A Alibaba nasceu digital e fica óbvio que não é uma empresa de e-commerce, mas sim uma empresa de tecnologia. O universo Alibaba evoluiu focado no triângulo de ferro e-commerce, finanças e logística. Com e-commerce, você compra literalmente tudo o que quiser; a logística lhe entrega rapidamente em qualquer lugar; finanças trazem pagamentos sem preocupações.

- Ant Financial Evolução do Alipay é a maior statup do mundo. Em 2014, o Alipay dominava 83% do mercado de pagamentos por smartphone, e o WeChatPay possuía apenas 10%. Então, a Tencent, dona do WeChatPay, lançou uma das jogadas de marketing mais bem-sucedidas da história da era digital. É uma tradição na China dar um envelope vermelho (hongbao) com dinheiro para os familiares e os amigos mais chegados durante o ano-novo chinês. O WeChat digitalizou o hongbao e literalmente deu dinheiro aos usuários que conectassem seus cartões de débito na plataforma. Foi um sucesso estrondoso e 40 milhões de envelopes vermelhos foram enviados pelo WeChat.

- New retail O homem mais rico da China escreveu para os acionistas da Alibaba: “Nós antecipamos o nascimento de uma indústria do varejo re-imaginada e conduzida pela integração do on-line, off-line, logística e dados por meio de uma única cadeia de valor”. O novo varejo leva a experiencia online para o offline e o online para o offline (O2O).

- Cashless society QRCODE para todo lado, o papel moeda cai cada vez mais em desuso. Vários estabelecimentos só aceitam pagamento por QRCODE. Geromel descreve seu uso e aplicações do QRCODE Multi-URL.

- Tencent e Wechat O nome Tencent vem dos caracteres chineses teng e xun, que significam algo como “informação galopante rápida”. Mas, assim como no Ocidente já ouvimos várias versões da razão pela qual Steve Jobs chamou sua empresa de Apple, há várias teorias sobre o nome Tencent. A minha favorita é que a Tencent (ten, dez em inglês, e cent, centavos em inglês) quer pegar 10 centavos de cada dólar transacionado on-line. O WeChat é um WhatsApp com esteroides que possui 2,3 milhões de mini-programas que podem ser acessados pela plataforma com várias funcionalidades.

- Shenzhen A idade média dos habitantes da cidade é de 35 anos. esta é a cidade mais jovem da china. noventa e cinco por cento das pessoas que vivem em shenzhen não nasceram na cidade. Em Shenzhen, a norma é hardware de código aberto. Criadores partem do princípio de que serão copiados ou “usados como inspiração” de qualquer maneira.

- A guerra do café Starbucks chegou na china e conseguiu ganhar muito mercado fazendo parcerias locais e respeitando as regras do país. Abriu mais de 3600 lojas em 150 cidades. Porém, uma startup chamada Luckin Coffee, com foco em cloud/dark kitchens (cozinhas virtuais) e tecnologia está conquistando mercado com entregas de cafés com tempo médio de 18 minutos.

- Pinduoduo Aplicativo de compra coletiva (social commerce) focado nas classes mais baixas que visam preços melhores. Utilizam de gamification para engajar e atrais mais clientes. Já é o terceiro maior e-commerce da China e está em forma de mini-programa dentro do WeChat com um CAC (Custo de Aquisição de Usuário) na faixa de 2 dólares enquanto outros e-commerces gastam por volta de 40 dólares. O PDD cobra em média 0,6% sobre os produtos vendidos.

5 - Educação e estudo na china

Geromel expõe como o estudo é valorizado na China. Sendo a principal matéria prima para o desenvolvimento. As mães-tigre tratam a infância como um período de treinamento pesado e investimento no futuro: isso significa intensas aulas extras, expectativa de ser o número 1 da classe em todas as matérias, salvo educação física e artes cênicas, sem folga nas férias, e com sessões duplas nos fins de semana.

- Confúcio e Keju Confúcio, que viveu mais ou menos na época de Sócrates e mudou a história da humanidade. Quando estava vivo, Confúcio não conseguiu ter os ouvidos de um imperador. Ele viajava ao redor do país pregando suas crenças. Ao falecer, seus ensinamentos foram divulgados pelos seus discípulos por meio do livro Analetos. Os exames do serviço público, chamados de keju, da China Imperial permitiram ao Estado encontrar os melhores candidatos para administrar a vasta burocracia que governava a China.135 Os exames eram um meio para homens de qualquer classe se tornarem parte da classe privilegiada de funcionários acadêmicos. Na Europa, não havia ascensão de classe social: nasceu vassalo, morreu vassalo. Na China, há essa tradição milenar em que o chinês típico sabe que pode melhorar de vida se ir bem em uma prova. O resultado persiste até hoje na cultura.

- Gaokao - o alto teste Vestibular que define a vida do Chines. A questão de qual faculdade você vai cursar é muito importante. O exame dura cerca de nove horas e leva dois ou três dias para ser completado, dependendo da província. E o país inteiro fica em silencio para que os estudantes realizem o exame.

Anexo - O mínimo essencial da histórica contemporânea da china

- Zhongguo

- Século da humilhação chinesa

- Rebelião Taiping

- Taiwan/Ilha Formosa/República da China

- Mao Zedong ou Mao Tse-Tung

- Great leap forward (grande salto para a frente)

- Revolução cultural

- Deng Xiaoping e a fábrica do mundo

- Fase experimental de abertura

- Fábrica do mundo

- Xi Jinping e o sonho chinês

Obrigado Ricardo pela excelente obra!

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Engenheiro de software experiente, formado em Engenharia Elétrica, com mais de 10 anos de experiência prática na construção de aplicativos móveis, web e back-end robustos e escaláveis em vários projetos, principalmente no setor de fintech. Mobile (React Native), Web (React e Next.JS) e Backend (Node.JS, PHP e DJANGO). Meu objetivo é criar produtos que agreguem valor às pessoas. - © 2024, Abílio Azevedo